sábado, 26 de julho de 2008

É o Saara que aduba a Amazônia !!!

O Túnel do Tempo de hoje volta a 14 de outubro de 2006. Neste dia, impressionado com o trecho do livro que relia à época, decidi postá-lo para mostrar que quando menos esperamos, o mais improvável acontece...

"(...) Velas tensas, barco bem adernado para esquerda, a vida contra o vento não era um suplício, como parece a princípio. O despertador trabalhando na sua eterna função de tocar a cada quarenta e cinco minutos. Dormia pouco e bem, e passava grande parte do tempo agora na calçada da "rua Direita", a que estava do lado do vento e era mais alta, para onde transferi o serviço de refeições.

Comendo frango xadrez, com hashi, prato no colo e pés na borda, notei algo estranho no convés. Passei o dedo sobre a tinta clara: havia pó. Um pó avermelhado. Quase não acreditei. Quando olhei para cima não havia mais muitas coisas brancas. Velas, antena, deck, convés, tudo avermelhado no lado que recebe o vento - o direito!

A novecentas milhas da costa do Senegal, no meio do Atlântico, eu estava coberto da poeira fina e errante do Saara! O deserto cruzando o oceano. Quantas coisas acontecem numa viagem sem escalas! Apenas mar desde que parti, só mar até chegar e, no entanto, de tudo havia ao redor. Paisagens novas e tão diferentes entre os mesmos elementos.
(...)"

Trecho de: Paratii: Entre Dois Polos de Amyr Klink



Extra: Deserto do Saara fornece "adubo" para Floresta Amazônica

O que têm em comum a Floresta Amazônica, com toda a sua imagem de vida e biodiversidade, e o deserto do Saara, talvez o mais bem acabado retrato terrestre de uma região inóspita e da ausência de vida?
Analisando dados do satélite MODIS, da NASA, os cientistas descobriram que o deserto do Saara é a maior fonte de uma espécie de "adubo" que mantém a Amazônia viva. A areia de uma região específica do Saara, chamada Depressão Bodélé, localizada no Chade, é a grande responsável pelo resuprimento dos nutrientes e minerais no solo de toda a região da floresta amazônica.
"A Bodélé é conhecida como a maior fonte de poeira do mundo, mas até agora ninguém tinha uma idéia de quanta poeira ela emitia e que porção chegava até a Amazônia. Utilizando dados de satélite, nós calculamos que ela fornece uma média de 700 mil toneladas de poeira a cada dia (...). Ela é mais ativa durante o inverno e a primavera, ao contrário da maioria das outras áreas do Saara que emitem poeira. Isto se deve à alteração sazonal nos ventos superficiais do Saara," explica o Dr. Ilan Koren.
A Depressão Bodélé tem apenas 0,5% da área da Amazônia, mas contribui anualmente com cerca de metade da poeira necessária para reabastecer o solo da floresta com nutrientes. Os nutrientes chegam até o solo principalmente pela ação das chuvas, que dissolvem a poeira trazida pelo vento e liberam os minerais que serão assimilados pelas plantas da floresta.

fonte www.inovacaotecnologica.com.br

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