sexta-feira, 30 de outubro de 2020

 Um cientista e professor de Análise de Sistemas Ambientais, dos Departamentos de Geografia das Universidades de Cambridge (Reino Unido) e de Masaryk (República Tcheca), viajou pelo mundo coletando amostras de mais de 9.000 árvores (algumas "fossilizadas") para construir uma visão sobre como o clima (e principalmente as temperaturas) se comportaram ao longo dos últimos 2000 anos e como o vulcanismo afetou o crescimento destas árvores. Este cientista de cidadania alemã, com 44 anos,   defendeu a Tese de doutorado "Reconstruções climáticas europeias de longo prazo a partir de anéis de árvores de alta elevação" em novembro de 2006 na Universidade de Berna (Suíça) com láurea "summa cum laude" e hoje é professor convidado da Universidade de Madrid ((Espanha) no Departamento de Astrofísica.

 O trabalho deste cientista alemão é o mais preciso ao representar as consequências climáticas, ambientais, humanas, econômicas e políticas ao longo da história, corrigindo as distorções de estudos semelhantes e anteriores. Ele cruzou as informações obtidas com os dados das amostras coletadas com outras amostras de geleiras milenares, principalmente nos Alpes Suíços, descobrindo que o vulcanismo reduziu as temperaturas médias globais devido à emissão de enxofre na estratosfera (que geram aerossóis de ácido sulfúrico, que por sua vez bloqueia a passagem da luz solar) afetando principalmente o hemisfério norte, e desta maneira, afetando os ecossistemas globais e as civilizações de então. Este alemão reconstruiu a linha de tempo histórica da civilização ocidental em função das grandes erupções vulcânicas e os efeitos nefastos destas sobre a evolução humana. Para tal utilizou uma técnica matemática conhecida como transformada de Hilbert para padronizar os ciclos de atividade solar. O resultado destes estudos pode ser visto através dos gráficos abaixo:


Este trabalho incorpora o Mínimo de Mauder:


Ele concorda que o aquecimento global está ligado à atividade humana e que as ultimas grandes erupções do século passado foram os vetores de um resfriamento global mais intenso, mas que atualmente, a intensidade do fenômeno provocado pelo vulcanismo pode não ser tão forte como se pressupõe. Como não está provado cientificamente se existe relação entre o vulcanismo com a atividade solar, está, por enquanto, descartada a hipótese da influência solar na atividade vulcânica no planeta. Porém, a atividade solar representada pelo aparecimento de manchas solares associadas à ejeção massiva de campos eletromagnéticos e de partículas dotadas de alta energia que interagem com a magnetosfera terrestre, é uma ameaça real â atual dependência tecnológica da eletricidade pela humanidade. Prever o comportamento do Sol passou ser o foco de cientistas e instituições mundo afora. Dentre estes, Sandra Chapman e seus colegas da Universidade de Warwick, no Reino Unido. Eles reuniram dados dos últimos ciclos solares desde 1818 e como o auxílio de uma técnica matemática conhecida como "transformada de Hilbert" para assim padronizar os últimos 18 ciclos da atividade solar já observados. Desde que começaram a ser medidos, já se passaram 24 ciclos solares. Estamos no 25º que se iniciou em dezembro de 2019 e o máximo deste ciclo está previsto para julho de 2025.

O resultado é um gráfico parecido com o desenho de um "relógio solar", como o apresentado abaixo:


O objetivo da equipe de Chapman é tentar prever os eventos solares desastrosos. Ela e outros observadores de 80 estações ao redor do mundo, desenhando o Sol diariamente e sempre no mesmo horário, bem como usando os mesmos materiais para manter a consistência dos dados coletados. Os desenhos são mensalmente enviados ao Centro de Dados Mundial para o Índice de Manchas Solares e Observações Solares de Longo Prazo (SILSO), do Observatório Real da Bélgica, já que os satélites artificiais tem uma vida curta. Entender o clima solar passou a ser uma preocupação mundial da qual o Brasil está de fora, já que em caso de uma tempestade atingir a Terra, nosso País será duramente afetado, embora o alerta que será emitido pelo satélite SOHO  dará mais ou menos 30 minutos para os E.U.A. e um seletor grupo de potências a acionar planos de ações emergenciais que tentarão salvar partes sensíveis das infraestruturas tecnológicas deles. Contamos tão somente com a sorte ou temos muita fé, já que se Desu é brasileiro, nada pode nos afetar.
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