Uma mulher que nunca apresentou os sintomas da Aids pode trazer o segredo para derrotar o vírus, disseram pesquisadores dos Estados Unidos na terça-feira.
Contaminada há pelo menos 10 anos pelo marido, essa mulher consegue de alguma maneira controlar naturalmente esse vírus mortal, enquanto seu marido precisa consumir coquetéis de medicamentos com sérios efeitos colaterais.
Ela é chamada de "supressora de elite", e estudos das suas células imunológicas começaram a oferecer pistas sobre como seu corpo atua, segundo uma equipe da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore.
"Esta é a melhor prova até agora de que os supressores de elite podem ter vírus plenamente patogênicos (ativos)", disse Joel Blankson, diretor do estudo. "A sensação inicial era de que eles tinham um vírus defeituoso", acrescentou ele por telefone.
O casal é monogâmico há 17 anos e ambos têm a mesma cepa do vírus, segundo Blankson. A diferença está no sistema imunológico da mulher, cuja identidade é protegida. O homem, segundo os cientistas, é um ex-usuário de drogas injetáveis, razão da sua contaminação.
Para ele, "isso é um bom sinal em termos de desenvolver uma vacina terapêutica" -- ou seja, usada no tratamento, não na prevenção.
Estudos publicados na Journal of Virology mostram que, nessa mulher, as chamadas células-T CD8, um tipo de célula imunológica, impediram a replicação do vírus em até 90 por cento, enquanto no marido dela as mesmas células só contiveram 30 por cento da replicação.
Reagindo a esse ataque imunológico, o vírus nela sofreu uma mutação e se enfraqueceu, o que não aconteceu com o marido.
"A supressão de elite oferece pistas aos pesquisadores de vacinas em muitas frentes: como as células-T CD8 podem atacar o HIV e como uma reação imunológica mais forte pode forçar o HIV a um estado defensivo permanente", disse Blankson.
"Estamos tentando entender exatamente como as células-T funcionam nela para inibir a replicação viral. Estamos esperando para ver que tipo de citoquinas elas produzem."
Citoquinas são proteínas sinalizadoras do sistema imunológico. Os cientistas já perceberam que, enquanto as células-T do marido dela produzem apenas um tipo, chamado gama interferon, ela produz também o TNF (fator de necrose do tumor, em inglês).
Mas só isso não explica a imunidade dela, pois os pesquisadores já tentaram no passado, sem sucesso, usar essas proteínas imunológicas em pacientes.
Além disso, as células imunológicas da mulher parecem produzir essa reação apenas quando encontram o vírus.
Outra pista: a mulher pode ter uma atividade excepcional no seu sistema antígeno leucocitário humano, segundo Blankson. Esse importante componente do sistema imunológico ajuda a reconhecer antígenos -- identificadores de proteínas -- dos inimigos, como bactérias e vírus.
O vírus HIV, que causa a Aids, afeta pelo menos 33 milhões de pessoas no mundo e já matou 25 milhões desde que foi identificado, no início da década de 1980.
Contaminada há pelo menos 10 anos pelo marido, essa mulher consegue de alguma maneira controlar naturalmente esse vírus mortal, enquanto seu marido precisa consumir coquetéis de medicamentos com sérios efeitos colaterais.
Ela é chamada de "supressora de elite", e estudos das suas células imunológicas começaram a oferecer pistas sobre como seu corpo atua, segundo uma equipe da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore.
"Esta é a melhor prova até agora de que os supressores de elite podem ter vírus plenamente patogênicos (ativos)", disse Joel Blankson, diretor do estudo. "A sensação inicial era de que eles tinham um vírus defeituoso", acrescentou ele por telefone.
O casal é monogâmico há 17 anos e ambos têm a mesma cepa do vírus, segundo Blankson. A diferença está no sistema imunológico da mulher, cuja identidade é protegida. O homem, segundo os cientistas, é um ex-usuário de drogas injetáveis, razão da sua contaminação.
Para ele, "isso é um bom sinal em termos de desenvolver uma vacina terapêutica" -- ou seja, usada no tratamento, não na prevenção.
Estudos publicados na Journal of Virology mostram que, nessa mulher, as chamadas células-T CD8, um tipo de célula imunológica, impediram a replicação do vírus em até 90 por cento, enquanto no marido dela as mesmas células só contiveram 30 por cento da replicação.
Reagindo a esse ataque imunológico, o vírus nela sofreu uma mutação e se enfraqueceu, o que não aconteceu com o marido.
"A supressão de elite oferece pistas aos pesquisadores de vacinas em muitas frentes: como as células-T CD8 podem atacar o HIV e como uma reação imunológica mais forte pode forçar o HIV a um estado defensivo permanente", disse Blankson.
"Estamos tentando entender exatamente como as células-T funcionam nela para inibir a replicação viral. Estamos esperando para ver que tipo de citoquinas elas produzem."
Citoquinas são proteínas sinalizadoras do sistema imunológico. Os cientistas já perceberam que, enquanto as células-T do marido dela produzem apenas um tipo, chamado gama interferon, ela produz também o TNF (fator de necrose do tumor, em inglês).
Mas só isso não explica a imunidade dela, pois os pesquisadores já tentaram no passado, sem sucesso, usar essas proteínas imunológicas em pacientes.
Além disso, as células imunológicas da mulher parecem produzir essa reação apenas quando encontram o vírus.
Outra pista: a mulher pode ter uma atividade excepcional no seu sistema antígeno leucocitário humano, segundo Blankson. Esse importante componente do sistema imunológico ajuda a reconhecer antígenos -- identificadores de proteínas -- dos inimigos, como bactérias e vírus.
O vírus HIV, que causa a Aids, afeta pelo menos 33 milhões de pessoas no mundo e já matou 25 milhões desde que foi identificado, no início da década de 1980.
Fonte: Estadão
Divulgação: http://www.camera2.com.br
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