terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Itaipu em 2023: dor de cabeça brasileira!

Em 20/10/78, os arcos de concreto construídos no canal de desvio (de 2 km de comprimento) do rio Paraguai, erguidos para assegurar a escavação do imenso canal na rocha e instalação de comportas pioneiras na base da futura represa, foram dinamitados (foto abaixo).
                             
     

Assim o rio pode ser desviado do seu leito natural e possibilitou a construção da barragem principal em concreto armado (onde foram instaladas algumas das 18 turbinas) da futura hidrelétrica. O curso natural do rio foi fechado e drenado. Em janeiro de 1979 as obras das fundações  da represa foram iniciadas neste leito antigo. Em outubro de 1982 a barragem estava concluída. Até aí, o rio continua a passar por comportas pioneiras construídas durante a escavação do canal de desvio. Em 13/10/82 estas comportas pioneiras hidráulicas foram fechadas definitivamente. O lago artificial de Itaipu se formou em 14 dias, extravasando pelo vertedouro à 100 metros acima do leito normal. Em 05/05/84 foi inaugurada a 1ª turbina. A última foi instalada em março de 2007. Estas primeiras turbinas estão completando 32 anos de idade. Em 2003, a turbina nº 6, além das 9A e 18A (ultimas),  apresentou trincas que comprometeram seu funcionamento. A fabricante das turbinas é a alemã  Voith Siemens, fornecedora mundial para hidrelétricas. Outras podem também apresentar problemas semelhantes ao longo do tempo. Há dois softwares (sistemas) desenvolvidos pela Itaipu Binacional que monitoram a barragem e a produção de energia: o Scada e o Mondig, este responsável pelo acompanhamento do funcionamento mecânico das turbinas (instalado em 2002). Antes disso o controle era manual. Em média, os sistemas de automação são reformados depois de 20 anos, os geradores a cada 30 anos e as turbinas a cada 40 anos. Isso depende muito da qualidade do material empregado nos componentes e da mão de obra na hora da instalação dos equipamentos. O futuro tecnico da usina dependerá do grau de investimento direto em manutenção preventiva. Outro problema advém do acordo bilateral firmado em 1973. Pelo acordo, o Paraguai fica com metade da energia produzida e o excedente não consumido é "vendido" ao Brasil pelo preço de custo, que com este valor o Paraguai vai abatendo a divida que tem com o Brasil pelo custo da obra, já que na época os paraguaios não tinham reservas para arcar com a metade da obra. Esta divida deverá esta quitada em 2023 vindouro ou ate mesmo antes, pois em 2009, Lula (Brasil)  e Fernando Lugo (Paraguai) reavaliaram o acordo e o Brasil triplicou o valor pago pela energia excedente ao Paraguai. Em 2023 também, por este "acerto" o Paraguai podera vender para quem quiser (na America do Sul) esta energia excedente, dando preferencia ao mercado brasileiro, se este concordar com os preços que lá serão definidos unilateralmente. O Paraguai emergirá no cone sul como o maior corredor energético do planeta e quem se beneficiará serão os rivais comerciais Argentina e Bolívia, ávidos pela energia barata e renovável obtida por Itaipu. Como ficaremos? Belmonte, na amazônia, já nasce com problemas sérios de projeto e mão temos nada comparado na atual matriz energética. O Pré sal está inviável (até que o preço do barril suba além dos US$ 100,00) economicamente e está afundando o país.
Qual é a saída?

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